quinta-feira, 30 de maio de 2013

A competência linguística é biológica??




Uma boa memória de trabalho é talvez o sistema mais importante do cérebro quando se trata de aprender a falar uma nova língua. Mas parece que memória de trabalho é, sobretudo determinada por nossos genes.
Se você luta para aprender uma nova língua, ou acha relativamente fácil aprende-la, pode estar largamente relacionado à natureza.
Esta é a conclusão dos pesquisadores da Universidade da Noruega de ciências e tecnologia (NTNU), que estudam as habilidades linguísticas de alunos de escolas elementares da Noruega.
A professora Mila Vulchanova do departamento de línguas modernas dessa universidade levou a cabo um estudo com aproximadamente 100 crianças de dez anos do ensino elementar da Noruega. A sua pesquisa sugere que uma boa memória de trabalho é um fator decisivo no desenvolvimento de uma boa competência linguística.
“Nossos resultados mostram uma clara correlação estatística entre um alto nível de competência linguística e uma boa memória de trabalho nos alunos examinados”. Disse ela.
As crianças estudadas vêm tanto de escolas rurais quanto de escolas urbanas, mas todos tem o norueguês como primeira língua.
Eles foram testados tanto em suas habilidades em norueguês quanto em inglês, assim como em suas habilidades de memória de trabalho. Todos os testes foram feitos oralmente para prevenir qualquer variação de alfabetização dos alunos que pudessem afetar os resultados do teste.
“A correlação entre boa habilidade linguística e uma boa memória de trabalho era clara. Isso se mostrou verdade em todos os sub-testes individuais conduzidos nesta pesquisa assim como a pontuação geral no testes em língua norueguesa”. Disse Vulchanova.
 Os resultados obtidos na pesquisa de Vulchanova contradizem alguns pressupostos convencionais tanto em linguística quanto nas ciências cognitivas.
Com muita freqüência acredita-se que as crianças adquirem a linguagem independente de suas habilidades cognitivas, como por exemplo, percepção, compreensão espacial e memória de trabalho. Em outras palavras as crianças não precisão aprender uma língua. A língua é adquirida automaticamente de acordo com as relações sociais do individuo.
“a linguagem de trabalho não é importante apenas na aprendizagem de novas palavras, ela é também importante na nossa competência linguística de uma forma geral, em áreas como gramática por exemplo. A memória de trabalho está conectada a nossa habilidade de juntar informações e trabalhar com elas, e em armazenar e manipular conteúdo linguístico assim como outros conteúdos no cérebro.”
Os resultados sugerem que a memória de trabalho aparenta ser uma das mais importantes fatores biológicos no desenvolvimento de linguagem entre as crianças.

Exercícios cerebrais podem ajudar.

Quando aprendemos uma nova língua, informações que estão armazenadas no espaço armazenamento de memória do cérebro devem ser constantemente mantidas. O cérebro faz isso faz isso pegando novas informações linguísticas na forma de novas palavras e sequências auditivas e depois integram isso com informações já estocadas no “léxico mental”

Isso pode soar como ma noticia para aqueles que têm problemas com sua memória de trabalho, mas Vulchanova diz que não há porque desistir.

“é possível treinar o sistema de memória de trabalho,mas não é fácil – especialmente pelo fato de o desempenho de nossa memória de trabalho ser  hereditário. Exercícios mentais como jogos de palavras ou praticar falando os números na direção inversa são úteis e uma maneira fácil de treinar sua memória de trabalho,” ela diz.



Primeira lingual versus segunda língua

Os pesquisadores não somente descobriram que há uma relação intima entre competência linguística na primeira língua e a memória de trabalho como também que a competência linguística na língua materna esta fortemente relacionada com as habilidades em uma língua estrangeira.
“Encontramos evidencia que há uma ponte entre o desenvolvimento linguístico e a capacidade de nossa memória de trabalho, e que há mecanismos cognitivos comuns que ajudam a habilidade de aprender tanto sua língua materna como uma língua estrangeira,” Vulchanova diz. “isto é importante porque há uma tradição em linguística em manter a crença de que aprender sua língua nativa qualitativamente diferente de aprender uma língua estrangeira,” acrescenta ela.

Leia matéria em inglês no site: Science Daily

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